Falta apenas um dia de competições para o fim dos Jogos Paraolímpicos de Pequim. E o quadro de medalhas mostra uma supremacia chinesa assombrosa. São 207 medalhas no total, sendo 87 de ouro. O segundo lugar é do Reino Unido, berço do paradesporto, com 102 medalhas e 42 ouros. Ou seja, a China possuí mais que o dobro de medalhas do segundo colocado. Os Estados Unidos vem em terceiro, com 98 medalhas e 36 de ouro. Desde 1936, nas olimpíadas de Berlim, o esporte é utilizado com maior enfâse como propaganda de uma nação. Na época, Hitler proclamava a superioridade da raça ariana, porém um certo Jesse Owens provou o absurdo que isso representava. Mas aqueles Jogos foram organizados para mostrar ao mundo que a Alemanha era a nação dominante, com um potencial gigantesco que extrapolava a área esportiva. Seu poderio bélico e a economia crescente, em ritmo intenso, eram personagens que corriam junto com os atletas alemães. Depois da Segunda Guerra Mundial, tivemos o advento da Guerra Fria, onde a antiga União Soviética rivalizava em todos os setores com os Estados Unidos. Dois blocos se formaram. E não poderia ser diferente, o esporte servia como espelho de ideologias opostas. E o sucesso ou o fracasso dos atletas ganhava dimensão maior. Era como se americanos, soviéticos e respectivos aliados defendessem com seus passos, arremessos, braçadas o capitalismo e o comunismo. Já há algum tempo a China tornou-se uma potência mundial. A abertura gradativa de sua economia e, em menor grau, sua abertura política propiciaram o nascimento de um gigante que, ao que tudo indica, deve ocupar o posto de nação número um em todo o mundo, nas próximas décadas. Os resultados dessa paraolímpiada só fazem confirmar o que tinhamos visto na olimpíada, quando os chineses pela primeira vez na história ficaram com o primeiro lugar geral. Sem sombra de dúvida, a China é a bola da vez. E de novo temos a confirmação que um quadro de medalhas mostra muito mais que ouro, prata e bronze.
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