terça-feira, 9 de setembro de 2008

Muito Melhor


China, Reino Unido, Estados Unidos e Ucrânia. Só. Só essas quatro nações - e olhe que o Reino Unido é composto por quatro países, Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte - estão à frente do Brasil, no encerramento do terceiro dia de competições em Pequim. São 8 ouros, 4 pratas e 4 bronzes, que põem nosso país em 5º lugar, à frente de potências paraolímpicas como Rússia, Espanha e Canadá, entre outras. E não são apenas medalhas. São verdadeiros feitos dos nossos atletas. Numa nação onde o apoio ao paradesporto é infinitamente menor em comparação com os países citados, esses números ganham dimensão ainda maior. E cada história de vida...O que dizer de Adria Santos, que participou de sua primeira paraolímpiada aos 14 anos em Seul, 1988. Ontem ela foi bronze nos 100 metros rasos T11, para atletas cegos. Simplesmente sua 13ª medalha paraolímpica. A trajetória de Adria se confunde com a trajetória do esporte paraolímpico no Brasil. E Antônio Tenório. Aos 38 anos, sagra-se tetracampeão paraolímpico no judô. O homem que carregou nossa bandeira na cerimônia de abertura, prova tantas coisas com seus feitos que um livro é necessário para contá-las. E o que falar da nossa dupla de nadadores exterminadores de recordes mundias, Daniel Dias e André Brasil? Dois recordes cada, quatro no total e ainda muitas provas pela frente. Parece que vamos ter duas novas edições de Michael Phelps! Esportes pouco conhecidos como a bocha, nos presenteiam com imagens lindas. Dirceu Pinto é ouro e Eliseu Santos fica com o bronze na classe BC4, nessa modalidade exclusivamente paraolímpica. E esse Lucas Prado? Disse pelos quatro cantos. "Vou ser o primeiro cego a correr os 100 metros rasos abaixo de 11 segundos". Faltou pouco, muito pouco. Mais precisamente três centésimos. E ouvimos pela primeira vez nessa paraolimpíada o Hino Brasileiro no Ninho de Pássaro. Alguém duvida que ele consiga superar essa barreira histórica? Eu não. E qual a conclusão de tudo isso? Para mim, ela é óbvia. O Brasil paraolímpico é muito, mas muito melhor que o Brasil olímpico.
Foto: Saulo Cruz/CPB

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