segunda-feira, 13 de outubro de 2008

TDAH

Apesar de não ser considerado uma deficiência, o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) também exige uma abordagem diferenciada para os que o apresentam. Costuma ser mais diagnosticado em crianças, mas não é uma doença exclusivamente pediátrica. Afetando 4% da população adulta, o mal caracteriza-se pela diminuição das funções do córtex pré-frontal - área do cérebro responsável pela inibição do comportamento e controle de concentração. Como as principais causas são pré-disposição genética, tabagismo materno durante a gravidez, anoxia e complicações no parto, já se nasce com TDAH.

Os sintomas surgem entre 7 aos 12 anos, e são os principais responsáveis pela queda do rendimento escolar. Porém, em mais de 50% dos casos, as manifestações persistem até a vida adulta, segundo a Associação Brasileira do Deficit de Atenção (ABDA). As características do distúrbio revelam-se de maneiras diferentes conforme a faixa etária. Enquanto o TDAH em crianças apresenta-se como inquietação motora, dificuldades de atenção nas aulas e na realização de tarefas escolares, no adulto os sintomas são predominantemente cognitivos.

Nessa faixa ficam mais evidentes as imperfeições das funções executivas: planejamento, organização e execução de tarefas. Geralmente, os adultos têm dificuldade de definir prioridades. Com isso, ficam sobrecarregados, estressados e interrompem no meio o que estão fazendo. É comum também a ocorrência de atrasos, esquecimentos e desatenção. Cerca de 70% dos casos de TDAH estão associados a ansiedade, depressão e uso de drogas, além de transtornos do apetite e do sono.

O tratamento adotado pelos médicos especializados é multimodal: combina medicamentos com psicoterapia. A meditação também contribui para a remissão do distúrbio. Há dois anos, surgiu no Brasil a neuropsicoterapia, tratamento que consiste em estimular o cérebro."Através de um aparelho chamado Neuropathways, que conecta o cérebro do paciente a um computador, é possível selecionar frequências e estabelecer critérios de amplitude do sinal para um treino cerebral. Isso, em, no máximo um ano, leva à correção dos comprometimentos funcionais cerebrais" explica o psicólogo e mestre em neurociência Leonardo Mascaro. Porém, o tratamento ainda não foi reconhecido pelos médicos.

Fonte: Diário dos Açores (http://da.online.pt/)

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