Saiu na última edição da Agência FAPESP (http://www.agencia.fapesp.br/) que pesquisadores norte-americanos demonstraram pela primeira vez que uma conexão direta artificial entre o cérebro e os músculos pode restaurar movimentos voluntários em macacos cujos membros haviam sido temporariamente anestesiados.
De acordo com os cientistas, os resultados, publicados na edição desta quinta-feira (16/10) da revista Nature, poderão no futuro ser promissores para os pacientes afetados por lesões na coluna vertebral. O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), dos Estados Unidos.
“Esse estudo demonstra uma nova abordagem para a restauração de movimentos por meio de neuropróteses, que poderiam conectar o cérebro de uma pessoa à ativação de músculos individuais de um membro paralisado, a fim de produzir controle de movimentos”, disse Joseph Pancrazio, diretor do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrames, que participou do estudo.
A pesquisa, liderada por Eberhard Fetz, professor de fisiologia e biofísica da Universidade de Washington, em Seattle, nos Estados Unidos, foi realizada no Centro Nacional de Pesquisa em Primatas de Washington, do NIH.
No estudo, os macacos foram treinados para controlar a atividade de células nervosas individuais no córtex motor, uma área do cérebro que controla os movimentos voluntários. A atividade neural foi detectada com o uso de uma interface cérebro-máquina que consistiu na implantação de eletrodos no córtex motor e sua conexão com a circuitaria externa de um computador. A atividade neural dos macacos permitia que eles movimentassem um cursor enquanto praticavam um jogo de tiro ao alvo.
Depois de cada macaco ter dominado o controle do cursor, os pesquisadores paralisaram temporariamente os músculos de seus pulsos utilizando um anestésico local para bloquear a condutividade nervosa. Em seguida, os cientistas converteram a atividade cerebral dos macacos em estímulo elétrico para os músculos paralisados do pulso. Os macacos continuaram a praticar o jogo de tiro ao alvo, demonstrando que haviam recuperado a capacidade de controlar o pulso paralisado.
O artigo Direct control of paralysed muscles by cortical neurons, de Chet Moritz e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em http://www.nature.com/.
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