segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Células-tronco
Cientistas cariocas produziram pela primeira vez no Brasil uma linhagem de células-tronco de pluripotência induzida, ou seja, com características da célula-tronco embrionária, com a vantagem de que não necessitam de embriões para sua obtenção. O feito não é inédito. Quatro outros países já haviam conseguido o mesmo. Japão, Estados Unidos, China e Alemanha. Mas nosso país mostra mais uma vez que faz parte de uma elite científica, no que concerne esse assunto.
Além de facilitar a produção de células-tronco oriundas do próprio paciente, os procedimentos passam ao largo de discussões éticas que envolvem a fabricação ou clonagem de embriões para pesquisa. Stevens Rehen, da UFRJ, é quem está a frente do projeto. Rehen foi fonte da matéria de Saúde da edição 49 da Sentidos e é respeitadíssimo por ambas as correntes de estudo. As que trabalham com células-tronco adultas e a outra, que concentra seus esforços em trabalhos com embriões.
E na esteira das boas notícias, os Estados Unidos aprovaram na última sexta-feira o primeiro teste em seres humanos de uma terapia à base de células-tronco, nesse caso, de origem embrionária. O experimento será conduzido por uma empresa norte-americana (Geron), com o aval da FDA, agência que regula alimentos e fármacos no país. Nos próximos meses, dez pacientes com lesões graves na medula espinhal receberão injenções de um coquetel celular.
Agora é ficar de olho. Com relação ao que acontece nos EUA, atenção dupla. O próprio Rehen, em suas declarações a Sentidos, disse que é preciso muito cuidado com terapias com essas características. "Ninguém quer piorar a vida de um paciente", disse o cientista. Agora é torcer para que os progressos aconteçam. E não há como negar que a esperança de milhares de pessoas só faz aumentar com os avanços que se apresentam, nesses últimos anos.
Fonte: O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo
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