Clodoaldo Silva, o nosso eterno Tubarão, brasileiro que conseguiu a fantástica marca de seis medalhas de ouro na última paraolimpíada em Atenas, anuncia que não vai se submeter a reavaliação funcional determinada pelo Comitê Paraolímpico Internacional (IPC, em inglês). Para entender o que acontece é necessária uma breve explicação. Na natação, a classificação funcional dos atletas varia de S1 a S10. Quanto maior o comprometimento físico que o nadador apresenta, menor será a classe em que ele irá competir. Clodoaldo construiu sua magnífica carreira competindo na S4. Em dezembro de 2006, em Durban, na África do Sul, o nadador teve sua classe funcional contestada pela equipe espanhola, durante o Mundial de Natação Paraolímpica e passou da categoria S4 para a S5. O Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) entrou com um recurso, alegando erro de procedimento. O IPC anulou a decisão e Clodoaldo voltou para a categoria S4 em abril de 2007. Nela conquistou sete medalhas de ouro no Parapan do Rio, em 2007. Em junho desse ano, um novo protesto foi apresentado, e o país que o fez não foi divulgado. Clodoaldo teria que passar por uma nova reavaliação, para poder competir em Pequim. Porém, após se recusar a faze-la na primeira oportunidade, uma competição aberta no Canadá, a Can-Am Disability Championship e avisar que se submeteria a reavaliação em Pequim, entre os dias 1 e 4 de setembro, o nadador comunicou que não tem mais essa intenção, mesmo tendo participado do período de treinamentos em Macau com o resto da delegação. Isso significa que ele estará impedido de competir na maior festa do paradesporto mundial. Conheço Clodoaldo Silva pessoalmente e aprendi a admira-lo por tudo. Pela pessoa e pelo atleta. Não estou feliz em saber de sua decisão. Mas motivos não devem faltar para esse potiguar que desde o início de sua vida - por problemas no parto teve paralisia cerebral - aprendeu a superar obstáculos e que jamais fugiu de desafios. Vamos esperar por mais esclarecimentos e, quem sabe, torcer por uma reviravolta no caso. Independente do que aconteça, o Brasil se orgulha de você, Tubarão!
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