sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Transplantes


Matéria publicada hoje no jornal “O Estado de São Paulo” informa que o Ministério da Saúde decidiu, provavelmente a partir de março, que equipes médicas poderão utilizar órgãos “limítrofes”, ou seja, que não apresentam condições ideais plenas, para transplante. Pela medida, usuários de drogas injetáveis ou inaláveis, portadores de doença de Chagas, hepatites B e C e pessoas com histórico de sífilis, toxoplasmose e infecção pelo citomegalovírus, podem ser doadores.

Obviamente que algumas restrições serão respeitadas. A primeira é que o receptor tenha alguma dessas doenças. Por exemplo, alguém que tenha hepatite C, pode receber órgão de doador com a mesma característica. Outra é que será necessário consentimento assinado por parte do receptor. Um fato que corrobora com a medida é que existe um consenso entre médicos de que algumas doenças já contam com tratamentos eficazes, como a sífilis, por exemplo, o que facilitaria a cura de uma possível complicação.

A medida tem como objetivo principal diminuir o prazo de espera nas filas e melhorar a vida dos pacientes. Porém, a controvérsias. Uma delas é que há poucos estudos relevantes sobre o uso de órgãos limítrofes. A matéria também aborda o fato de que um receptor que já tenha hepatite C, corre o risco de adquirir um outro tipo de vírus da doença.

O fato é que o assunto é polêmico. É possível enxergar pontos positivos e negativos ao analisarmos a iniciativa como um todo. O que se espera é que a medida não se torne um tiro no próprio pé e que, ao invés de melhorar, piore a vida dos pacientes. Cabe aos órgãos públicos, entidades médicas e a própria sociedade, um acompanhamento rigoroso, para que não sejam dados passos para trás.

Fonte: O Estado de São Paulo

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