Coreógrafa Carolina Teixeira lança livro a partir de sua vivência junto à companhia de dança Roda Viva
Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@dabr.com.br
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Deficiência em Cena não é nenhuma crítica a espetáculos. Nem mesmo a forma pejorativa e até grosseira de citar a atuação de pessoas com deficiência no teatro e na dança. É o nome de um livro escrito pela coreógrafa Carolina Teixeira a partir de sua vivência junto ao Roda Viva Cia. De Dança - grupo potiguar pioneiro na profissionalização de bailarinos com deficiência no mercado da dança contemporânea nacional. O livro vai além e discute a crise dos corpos deficientes nas artes cênicas do Brasil e a problemática do discurso inclusivo. A publicação é a primeira no país a tratar do assunto. O livro será lançado hoje no Espaço O Sandwich (Av. Olavo Montenegro - rua da Ponta Negra Fiat, em Capim Macio), às 19h.
"O cotidiano vivido por quem é deficiente - que a sociedade desconhece - é a matéria prima para as criações cênicas dos artistas. É no território da exclusão, da impossibilidade, da intolerância, da especulação social que esses corpos se ressignificam e devolvem à sociedade uma resposta que não é salvadora, nem redentora; é apenas o direito à criação no campo das artes, a própria liberdade de poder viver a experiência da deficiência, sem pieguismos, sem doutrinas, mas com muita responsabilidade quando se trata de fazer e pensar arte", comenta Carolina, que já foi bailarina e mestre em Artes Cênicas pela UFBA.
Carolina tntegrou o Roda Viva em meados de 1996, totalizando onze anos de atividade junto ao grupo. Atuou em diversas funções como bailarina, coreógrafa, assistente de direção e por fim assumiu a direção artística no fim de 2004. "Eles eram muito mais independentes e seguros de seus corpos do que eu, que mesmo com uma deficiência física vinha de uma visão clinica já impregnada em meu corpo por anos de tratamentos reabilitatórios", recorda. O ritmo cênico disciplinador da companhia impulsionou o interesse de Carolina pela cena e pela pesquisa sobre corpos deficientes para além do próprio trabalho da companhia Roda Viva. "A influência que o grupo teve sobre minha vida proporcionou um outro entendimento acerca da deficiência e me instigou a pesquisar o lugar desse bailarino, que também carece de uma autonomia, assim como o bailarino clássico antes do advento da Dança Moderna".
Corpos deficientes
A criação de coreografias para corpos deficientes, sem referências, foi peculiar: "Com um corpo comprometido por um AVC eu dependia da colaboração dos bailarinos, que junto comigo criavam os movimentos, o que evidenciou o meu interesse em permitir que o artista dialogasse durante o processo, fazendo suas escolhas e descobrindo suas impossibilidades de movimentação, fossem eles deficientes ou não".
Carolina tntegrou o Roda Viva em meados de 1996, totalizando onze anos de atividade junto ao grupo. Atuou em diversas funções como bailarina, coreógrafa, assistente de direção e por fim assumiu a direção artística no fim de 2004. "Eles eram muito mais independentes e seguros de seus corpos do que eu, que mesmo com uma deficiência física vinha de uma visão clinica já impregnada em meu corpo por anos de tratamentos reabilitatórios", recorda. O ritmo cênico disciplinador da companhia impulsionou o interesse de Carolina pela cena e pela pesquisa sobre corpos deficientes para além do próprio trabalho da companhia Roda Viva. "A influência que o grupo teve sobre minha vida proporcionou um outro entendimento acerca da deficiência e me instigou a pesquisar o lugar desse bailarino, que também carece de uma autonomia, assim como o bailarino clássico antes do advento da Dança Moderna".
Corpos deficientes
A criação de coreografias para corpos deficientes, sem referências, foi peculiar: "Com um corpo comprometido por um AVC eu dependia da colaboração dos bailarinos, que junto comigo criavam os movimentos, o que evidenciou o meu interesse em permitir que o artista dialogasse durante o processo, fazendo suas escolhas e descobrindo suas impossibilidades de movimentação, fossem eles deficientes ou não".